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Seu filho está muito distraído na aula online? Como ajudá-lo a ter foco
Com mais de um ano de aulas remotas acumulado, é claro que
crianças e adolescentes já estão cansados com a situação. Mães e pais veem os
filhos cada vez mais desmotivados com o aprendizado na frente de telas,
independente se é um computador, tablet ou smartphone. As reclamações dos
adultos também aumentam. Aí vem a pergunta: tem como ajudar a turma mais nova a
se concentrar e a ter mais foco? Tem sim.
Antes de tudo, vale lembrar que a capacidade de atenção é
assimilada à medida que os pequenos se desenvolvem. "Quanto menos idade,
mais a atenção da criança é direcionada pelos estímulos externos - como: sons,
luzes, cores e movimentos - e menor é o seu foco em um estímulo
específico", pontua Wallisten Garcia, psicólogo, especialista em terapia
familiar e professor da Estácio Curitiba
À medida que crescem, os filhos aprendem a autorregularem a
atenção, que passa a ser orientada por motivações internas e interesses
pessoais. Na idade escolar, tal capacidade já está desenvolvida. Entretanto,
nas aulas remotas, o contexto, ou seja, o ambiente familiar, é bem diferente do
cenário de uma sala de aula.
"Na escola, o ambiente é estruturado e organizado para
que a criança possa aprender em parceria com os colegas e professores. As
trocas afetivas e os aspectos motivadores para aprendizagem estão mais
presentes nas atitudes dos professores e colegas, no contato visual, no toque e
nas interações sociais que são mais amplas", observa Wallisten Garcia, que
é mestre em Psicologia e doutorando em Educação.
Já em casa, as aulas remotas exigem esforço maior para se
manter a concentração, já que ficar horas na frente de uma tela, interagindo de
forma virtual, gera cansaço físico e psicológico. "Além disso, a rotina em
casa é mais livre e existem outros estímulos e atividades de interesse -
televisão, videogame e brincadeiras -, o que pode dificultar a atenção nas
aulas remotas", completa o educador.
Mas não é só. Gabriela Luxo, psicóloga e psicopedagoga,
mestre e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento, lembra que os pequenos que
têm a companhia dos pais trabalhando em home office não apresentam ainda
maturidade suficiente para entenderem que os adultos não estão ali para dar
toda atenção a eles. "Além de sair da frente da tela para buscar água ou
brincar com algo, vão pedir para ficar ao lado da mãe e do pai", comenta.
Espaço impacta bastante
A situação não é nenhuma surpresa para especialistas da
área. O comportamento de desatenção nas aulas online que ocorrem há tanto
tempo, por conta da pandemia, já era bem previsível, segundo Deborah Moss,
neuropsicóloga mestre em Psicologia do Desenvolvimento.
"Na escola presencial, os colegas têm função de animar
e instigar a aula. Com cada um no seu quadrado eletrônico, fica muito limitada a
interação, sem levar em conta os problemas com a internet, o entra e sai dos
alunos das salas virtuais e outras situações que atrapalham", comenta a
especialista.
De acordo com Deborah, o espaço em que as crianças e
adolescentes acompanham o estudo remoto é questão com peso importante. Barulho,
brinquedos, comida, animais de estimação, circulação de pessoas pela casa
contribuem muito para a falta de foco e concentração.
"Os próprios tablets e celulares têm estímulos que
fazem com que as crianças finjam estar na aula, mas na verdade acessem outros
apps. É um controle virtual muito difícil", opina.
Maneiras de estimular o foco
Com ajuda dos especialistas Deborah Moss, Gabriela Luxo e
Wallisten Garcia, listamos abaixo o que os pais e responsáveis podem fazer para
ajudar os filhos a terem mais concentração e foco nas aulas remotas.
Se os alunos passaram a assistir às aulas em qualquer canto
da casa, é melhor redefinir um local específico para eles acompanharem o
ensino. É importante que o ambiente seja voltado exclusivamente para a
atividade.
É imprescindível que o espaço seja adequado, com mesa ou
escrivaninha e cadeira adaptados ao tamanho das crianças e adolescentes.
Deixar à mão apenas os materiais necessários para o dia
corrente é uma maneira de evitar estímulos visuais desnecessários sobre a mesa.
Usar o uniforme escolar durante as aulas virtuais reforça a
ideia de que é preciso ter foco e atenção ao professor que está conduzindo a
aula.
Assim como na escola, os alunos devem manter boas posturas,
sem pernas por cima da mesa, por exemplo.
Optar pela utilização de fones de ouvido reduz a distração
com barulhos da casa.
Manter a televisão desligada nos horários de aula também
reflete na concentração.
Garantir que a iluminação siga o padrão escolar é
imprescindível. É melhor dar preferência à luz branca e direta.
Deixar à mão uma garrafinha de água evita que o aluno se
levante toda hora em que sentir sede.
Não permitir que animais de estimação fiquem por perto
durante as aulas impedem que se distraiam ou relaxem demais.
Assegurar alimentação balanceada e regrada, com horários
pré-definidos, como se o aluno estivesse seguindo a rotina presencial da
escola, é regra básica.
Permitir pequenas pausas ao longo das aulas - para irem ao
banheiro, por exemplo - ajuda a não dispersarem tanto.
Recomenda-se estipular regras e limites em relação aos
horários de sono, de forma a criar uma rotina de descanso de qualidade.
É importante que a rotina deles inclua as práticas
escolares, mas também tenha opções de lazer e interesses pessoais, para que não
se sintam tão desmotivados. Por isso, vale fazer um roteiro de atividades.
Deve-se manter a casa sem muita agitação durante o horário
das aulas. Os pais que seguem em home office não devem conversar muito alto ao
telefone e videoconferências para não desconcentrar os filhos.
"Treinar" a atenção dos pequenos nos momentos em
família, com jogos que estimulem a habilidades - quebra-cabeça, jogo da memória,
"stop", por exemplo - é iniciativa válida para ajudar a criança e o
adolescente a se manter focado ou atento a algo.
É necessário oferecer auxílio nas tarefas sempre que a
criança pedir ou quando perceber que estão dispersas ou desatentas.
Conversar sobre a importância da dedicação aos estudos,
mostrando os benefícios a longo prazo, é diálogo que faz diferença.
Se perceber que a atenção e a falta de foco são exagerados,
recomenda-se procurar ajuda profissional.
Claudia Dias
Colaboração para Universa
Foto: Google
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