Confissão

 

Era  o mês de setembro plena primavera. e as  flores faziam festa  com seus coloridos e perfumes suaves ao  amanhecer e entardecer.

Sentia dentro de mim essa primavera e ao mesmo instante, a inquietude da descoberta da coragem, da vontade, do enfrentamento dos medos que por longos anos tiraram tantas oportunidades de viver a vida na sua plenitude, com erros e acertos.

O amor chegou tímido, desconfiado, e foi ficando em mim.  Aos poucos ia servindo de combustão para a vontade de viver, de me permitir emoções, de soltar a mulher adormecida, e a criança tão carente de riscos, e risos que havia fugido de mim há tanto tempo.

Fui....

Me joguei no voo livre do desejo do desafio e apostei.

Hoje quando revejo nossa historia, sinto uma felicidade imensa de dividir com você o que resta em mim de sonhos, projetos.

Trocamos calmaria, assim como trocamos planos, abraços e olhares cumplices, que só  nós entendemos.

Na barriga às vezes , sinto à sensação de gelo; deve ser ansiedade no velho e desgastado hábito de querer respostas imediatas.

Refaço meus pensamentos, respiro profundamente o ar  primaveril, e na calmaria das nossas lembranças, confesso:  Gostaria de viver com você o que restar da minha existência.

LS

Foto: Pinterest